Loja com história

De urgência ou com ferimentos ligeiros, chegam, desde 1830, a este hospital tão especial, inúmeras bonecas com os olhos postos na alta hospitalar. Peculiar, a história por detrás deste espaço tem início quando no número 7 da Praça da Figueira se encontrava uma ervanária. A proprietária fazia, na altura, bonecas de trapo e a sua habilidade não passou despercebida às pessoas que, a pouco e pouco, lhe começaram a fazer chegar bonecas ‘adoentadas’. Foi assim que tudo começou. Na família de Manuela Cutileiro há cinco gerações, o segredo deste hospital “que já faz parte da paisagem” é, para a proprietária, “trabalhar com afectos”.
Na loja vendem-se peças para casinhas de bonecas e, na oficina acima da loja, fazem-se cirurgias, restauram-se imagens, arranjam-se outros brinquedos e revisita-se o nosso imaginário infantil, através de “uma nostálgica viagem no tempo” que tem lugar nas várias salas transformadas em Museu e que fascina locais e forasteiros.

Visite-nos: Praça da Figueira 7, 1100-240 Lisboa hospitaldebonecas.com | T. (+351) 213 428 574

Em 1819 era fundada, na Rua do Ouro, a primeira fábrica de carimbos do país, que chegou a ser o gravador oficial da casa real. Embora não existam documentos que identifiquem o seu fundador, a tradição oral atribui o feito ao pai de Eduardo Estanislau de Sousa, seu segundo proprietário. A loja ficou na família de Eduardo, até 1989, e, um ano depois, é comprada pela família Igrejas.
No ano em que celebra 200 anos, a loja E. E. Sousa & Silva é propriedade de Fernanda Igrejas, que revela ter caído aqui de para-quedas. “Eu era administrativa, nunca pensei vir a ter uma loja, mas foi uma aposta ganha”. Fernanda diz também estar numa zona estratégica e não se imagina fora da Baixa porque esta é “o cartão de visita da cidade”.

Da casa-mãe, encontram-se ainda os carimbos, os sinetes e as gravações. Os numeradores, os datadores e a sinalética. Mas, esta loja que sempre foi atípica “tenta andar sempre ao sabor da moda e adapta-se às circunstâncias que vão surgindo”. Assim, também aqui, é possível encontrarem-se colecções exclusivas de artigos em cortiça e pele.

A um ano de completar 150 anos de história – um marco invulgar – a Ourivesaria Sarmento mantém-se fiel ao conceito original – “alguma modernidade aliada à tradição”, que se revela, desde logo, na decoração, mas, acima de tudo, na afabilidade do atendimento ao cliente. Quem o diz é Rodrigo Wenceslau Sarmento – um dos responsáveis por esta loja que, apesar de fundada por João Joaquim Antunes Rebello, está na família Sarmento há seis gerações, graças “à seriedade e sapiência de meu trisavô que foi convidado para sócio e que mais tarde acabaria por assumir a ourivesaria”.

A oferta desta Casa vai para além do óbvio… São feitas avaliações oficiais, encontram-se “pratas exclusivas e manufacturadas em Portugal”, peças de eleição e filigranas. Mas a “pioneira” Ourivesaria Sarmento reinventa-se ao sabor dos tempos e a prova disso é o Espaço Sarmento, “um espaço de arte, onde se combina a joalharia contemporânea com a tradicional”. Entre pintura, escultura ou fotografia, valoriza-se a joalharia de Autor, em exibições periódicas, que mais do que exposições são “uma oportunidade para talentosos jovens joalheiros”.